Livro Pedagogia do Oprimido (o manuscrito), de Paulo Freire
O livro Pedagogia do oprimido chegou à 50.ª edição em Português. Curiosamente, ele não foi publicado, pela primeira vez, nesse idioma, mas, em inglês. É praticamente impossível acompanhar o número de edições nos demais países e nas diversas línguas em que já foi traduzido. Certamente, é uma das obras brasileiras mais traduzidas e editadas no exterior.
Depois de cinco anos no Chile, o casal Freire sairia daquele país, deixando para trás uma amizade profunda com o casal Chonchol, passando quase onze meses na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos e, depois, estabelecendo-se em Genebra, para trabalhar no Conselho Mundial de Igrejas. Regressou ao Brasil dez anos mais tarde, ao completar 16 anos de exílio.
Em 1968, Paulo Freire estava receoso de que seu livro fosse confiscado – corriam boatos de que forças da inteligência chilena estaria atrás da obra “subversiva e perigosa”. No final da vida, o Patrono da Educação Brasileira manifestou desejo de rever os manuscritos, tendo mesmo a intenção de escrever a Jacques Chonchol para obter uma cópia.
Faleceu logo depois, sem realizar esse sonho.
Esta publicação é a concretização de um sonho acalentado há muito tempo, não apenas por sentimentalismo ou atavismo histórico, mas porque ela permite, aos estudiosos e pesquisadores, a partir de agora, contar com a matriz autêntica de futures edições da Pedagogia do oprimido, uma das mais importantes obras escritas no século XX.